Um sopro, um sopro só, sagrado, Poesia!
Um raio, um raio só, de luz e meio-dia!
O verbo a rescender, lavrado em doces rimas.
O céu a derramar azuis aveludados.
Nas pétalas da flor matizes deslumbrados.
No altar da Vida a fé onde hoje me redimas.
No murmuro trovar das tuas fontes frias
a sede da canção que a minha voz ensaia.
No longe deste cais, a naufragar na praia
de areias de cetim doirando o mel dos dias.
Aqui, no canto ausente, a tua sinfonia
no amor dos rouxinóis que as noites incendeia.
Consente que a minha alma intua a melopeia
dum sopro, um sopro só de ti, oh Poesia!
José-Augusto de Carvalho
5 de Novembro de 2003.
Várzea, São Pedro do Sul
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