Senhor, aqui me tens inerme e subjugado,
sem coração nem paz, nem alma --- despojado.
Quiseste sempre em mim a angústia macerada
do cálice de fel do barro em provação.
Não sei que mal te fiz. A tua mão pesada
esmaga-me e retarda a transfiguração.
Hesitas decidir (?) e a massa informe espera.
Que irá a tua mão austera modelar?
Se for um vegetal, quisera ser uma hera…
…para no meu amor p’ra sempre me enlaçar.
Enorme o teu poder. Limite não lhe enxergo…
Mas faças o que for, depois do teu fazer,
é minha a decisão. E doa o que doer,
garanto que a nenhum poder me rendo ou vergo.
José-Augusto de Carvalho
18 de Março de 2002.
Viana * Évora * Portugal
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