Nas margens do Vouga, a presença termal.
Respiro, no tempo, a memória amarela:
dos ontens distantes, um ténue sinal;
dos hojes, o rosto que a mágoa cinzela.
O vale verdeja. Humidade e suspiros.
A vaga esperança aos enfermos acena.
Veredas descobrem sossego e retiros
lavados de vento, a arfar cantilenas.
Perladas de mágoas, as águas do rio
espumam, noivando, incertezas de sal.
Angústias de ser… o fatal desafio
que tarda em cumprir-se país-Portugal.
Vaivém de marés… na distância adivinho
o pão levedado de alvura de linho.
José-Augusto de Carvalho
3 e 4 de Novembro de 2003.
Várzea, São Pedro do Sul
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