Deste cais de partida diviso,
na distância, a promessa jurada.
Que ansiedade em minh'alma preciso
e me arrasta das trevas do nada?
Em redor, o abandono ferido...
Onde o sal, onde o iodo destas águas?
E a guitarra de cordas de mágoas
derramando insistente gemido!...
Venham medos, angústias, procelas!...
Venham céus de negrume, sem astros!...
Venha até o que nem imagino!...
Ai, se os ventos rasgarem as velas!...
Ai, se inúteis forem os mastros,
que se cumpra este mar --- meu destino!
José-Augusto de Carvalho
23 de Agosto de 2010.
Viana * Évora * Portugal
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