Que trémulo farol inventa os medos?
Que dor doendo todos os degredos?
Os ídolos extáticos na lenda.
Cinzéis impondo formas aquilinas.
E a Vida, sempre em transe, só desvenda
a luz que mal espreita nas esquinas...
As portas da cidade estão guardadas.
Quem abre e quem revela o santo e a senha?
Muralhas que não dou por escaladas...
Ai, que renúncia assim de mim desdenha?
Que dor ou que torpor me dói e desce
até ao imo, envolto em desespero?
Oh, braço do temor prisioneiro,
no chão raizes ganha e livre cresce!
José-Augusto de Carvalho
11 de Março de 1997.
Viana * Évora * Portugal
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