(QUE VIVA O CORDEL!)
Do pouco que aprendeu à martelada,
tudo esqueceu. Ficou-lhe a petulância,
que rega no jardim da ignorância
se está de folga a bênção da chuvada.
Persegue, em vão, as graças requintadas
do estilo polvilhado de elegância.
Vive a vulgaridade da jactância,
ornada, aqui e ali, de calinadas.
A pobre língua infausto fado tem!
É pontapé que ferve, coice em barda!
Quem salva do desterro esta refém?
Surpreso e já irado o povo aguarda
e clama: por aí há ou não quem
lhe ponha nos costados uma albarda?
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 9 de Setembro de 1958.
Revisto em Alentejo, 17 de Abril de 2015.
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