Cansado, calo a lira, calo o canto.
O abraço do silêncio me resguarda.
Quando eu morrer, e a morte já me tarda,
não quero nem exéquias e nem pranto.
Apenas o silêncio que é devido
nas horas em que a vida desce ao nada.
Depois, ora, depois, virá o olvido,
que a vida continua a caminhada.
Cantar, há mais quem cante, neste mundo.
Mais um ou menos um, na cantoria,
que diferença faz a quem escuta?
Irei sondar o pélago profundo,
este fascínio a mar e maresia
que há séculos a minha pátria enluta.
José-Augusto de Carvalho
15 de Abril de 2015.
Viana*Évora*Portugal
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