De mar em mar, as quilhas temerárias
vergaram medos, mitos e procelas.
E os novos mundos, ao sabor das velas,
ao sonho deram dimensões lendárias.
E cada nau rumava mais distante,
num transe de aventura e de miragem.
Em cada vela o símbolo e a mensagem
do verbo feito carne, agonizante...
Um povo que se erguia e transcendia,
cumprindo por missão e por vontade
o voto de rasgar da vista as vendas...
Chegou ao longe mais além que havia!
Nas pedras esculpiu a claridade:
padrões que deram vida a novas lendas!
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 19 de Março de 1996.
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