Que tentação assombra o meu caminho
e quer de fel o resto da jornada.
Vivi o meu quinhão de vida alada,
Hoje não me embriago nem com vinho.
Perdi o quanto tive de riqueza.
Riqueza pura, de alma e de fascínio.
Agora, triste e só, vivo o declínio
que mata a presa velha e sem defesa.
O forte mata o fraco, determina
a lei desde o princípio natural.
Nem neste tempo doce de natal
vejo, no sapatinho, a mão divina.
Prosaico vem o tempo, frio, frio,
e sempre tão ausente, tão vazio!...
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 19 de Dezembro de 2015.
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