Os teus lábios de medronho
de fascínio e tentação
são de vida neste sonho
que mata o meu coração.
Que desgraçado conforto
morrer por ti sem te ter,
mas é maior desconforto
continuar a viver.
Nas águas do nosso Odiana
correm mistérios de nós,
desta condição humana
que sufoca a própria voz.
Nem os murmúrios sofridos
agitam as águas frias
nem o pulsar dos sentidos
dói mais nas marés vazias.
No rio manso que corre
para o mar que nos cumpriu
vai o desgosto que morre
e das margens ninguém viu!
Ninguém viu, ninguém chorou,
só no teu olhar tão triste
uma gaivota voou,
gaivota que só tu viste.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 20 de Dezembro de 2015.
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