Ai, amor, não digas não.
Não queiras quebrar o encanto
que levanto do meu chão
embriagado de espanto.
Dize-me apenas talvez.
Nessa angústia indefinida
darás à minha embriaguez
mais alguns dias de vida.
Ai, deixa o tempo voar
nas asas da embriaguez.
O cansaço há-de chegar
para matar-me de vez.
Eu irei reconfortado
no dulçor da embriaguez,
crendo que o sim esperado
daria fim ao talvez.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 21 de Dezembro de 2015.
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