De tribo em tribo, vou, humilde peregrino.
E tudo em derredor são sombras e armadilhas.
Um bobo impertinente exibe o desatino,
a turba exulta e faz do reles maravilhas...
Medíocre insecto arenga, em sórdido arreganho.
Casaca a condizer, as asas coloridas.
Asneiras que lhe inveja o néscio em seu tamanho.
E aqui não há ninguém que venda insecticidas!...
Humilde sou e humilde eu quero assim manter-me.
Traído o seu intento, o verbo foi em vão.
Não é inteligente equiparar-me ao verme.
Humilde, sim, serei, mas sem humilhação.
Paguei o preço até ao último centavo.
Ingénuo, e em dor, do fel senti o amargo travo...
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 8 de Junho de 1997.
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