Etérea, a sua voz afaga os meus sentidos.
Silêncios de emoção perfumam as carícias
das noites estivais sulcando, diluídos,
as flores dos jardins suspensos das delícias.
São olhos-de-água e sede as pérolas brotando,
multímodas na cor, murmúrios de oração...
Suspiram madrigais as pétalas arfando,
sortílego rubor de encanto e sedução...
Em manto verde e fofo, a erva se espreguiça,
do chão, olhando o céu num êxtase absoluto...
A rima beija o verso e toda se derriça
no manso baloiçar de apetitoso fruto...
Meus olhos semicerro e as lágrimas caindo
escrevem no meu rosto este poema lindo...
José-Augusto de Carvalho
10 de Novembro de 2003.
Várzea, São Pedro do Sul
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