Nas noites de mim, adormeço cansaços
das terras, dos mares da minha ansiedade.
E, neste abandono, sossego os meus passos
na paz sossegada que cai e me invade.
O vento baloiça o meu berço de pinho
e traz-me as cantigas do rei Dom Dinis:
murmúrios e trovas, incerto o caminho
de dúvida e medos que ousado desfiz.
Fui lenho, fui vela, fui leme, fui rumo...
Fui rei, fui senhor, fui herói, fui injusto...
De tudo o que fui, só as cinzas e o fumo
se lembram de mim, quantas vezes a custo...
Mudaram os tempos e os seus paradigmas!
Com novas roupagens, os mesmos estigmas!
José-Augusto de Carvalho
11 de Novembro de 2003.
Várzea, São Pedro do Sul
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