No ocaso,
o dia diz adeus e cede às sombras.
A noite tece os fios enlutados
e aos poucos entretece o manto escuro
que cobre de silêncio e de pesar
ausências e caminhos de ninguém.
Da frágil haste tomba a flor inerme.
As pétalas doídas emurchecem
e já mal lembram êxtases de cor
de orvalhos e frescores,
viçosos perfumando a primavera.
Não mais o sol dourando
as pétalas viçosas de outras primaveras!
E tudo assim finito
morrendo nos meus olhos.
Nos amanhãs vindouros,
auroras novas sonharão os sonhos novos...
Nos amanhãs vindouros,
o mesmo sol irá arder delírios...
Nos amanhãs vindouros,
a memória dos mortos
mal tremeluz no arder dos círios...
José-Augusto de Carvalho
Abril de 2015.
Viana*Évora*Portugal
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