Do coração do montado,
venho até à beira-mar.
O mar, no seu marulhar,
geme uns acordes de fado.
Lavado o rosto nas águas,
tomo-lhe o sabor a sal.
É de lágrimas e mágoas,
saudades de Portugal.
Olho em redor --- só vazio.
Olho o longe --- nada enxergo.
Onde foi que me perdi?
Marinheiro sem navio,
padrão que nunca mais ergo,
o que faço ainda aqui?
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 12 de Maio de 1993.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.