Só, nas margens do rio,
olho as águas e sinto-as correr.
Minhas veias de sal e de ousio,
quem vos pode deter
o navio?
Que desgraça
a tolher-me a coragem?
Tão distante da vida que passa,
já nem vejo a gaivota
em viagem
indicando-me a rota!
Minhas veias
a morrer neste cais!
Sem alor nem sinais,
só de nós falarão as areias
e o silêncio a carpir vendavais.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 25 de Janeiro de 2016.
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