Rio Tigre em Bagdad
Parou o Tempo na Mesopotâmia.
Que frias são as águas do Eufrates!
Se quero Amor e Paz, por que me bates,
idólatra das aras da infâmia?
O fumo negro enluta o berço antigo.
Quem quer abrir as Portas do Inferno?
Areias áureas onde me prosterno,
que Céu me dás agora por abrigo?
As iras e os festins dos vendilhões
irrompem numa orgia de ódio e sangue...
Do cálice de fel às legiões,
tudo sofreu meu corpo, há tanto exangue...
Do trágico madeiro ainda erguido
ao tempo que não mais será cumprido!...
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Abril de 2003/ 12 de Agosto de 2004
In «Da humana condição», Março de 2008.
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