Não sei que existe em ti que me embriaga
e o tempo não corrói nem adultera...
Talvez a eternidade de uma fraga,
perfume de perene primavera...
Os anos passam sobre nós correndo,
até que chegue a barca de Caronte...
e és sempre mais um longe que desvendo,
mantendo-te infindável horizonte!
Querida, não sagrada, te contemplo
por teres de mulher a dimensaõ
que não te podem dar exíguo templo
e incensos, ritos, preces, devoção.
Tu és grande de mais, mulher e viva,
p’ra seres de qualquer altar cativa!
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 1966
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