Amar só é amar se desvairado,
em luta contra o tempo que se esvai!
É ser raio que risca o céu e cai
num rasto deslumbrante e deslumbrado.
Amar desde o princípio até ao fim.
Ser a raiz, a planta, a flor, o fruto!
E se tu me morresses, que o meu luto
bem mais do que por ti, fosse por mim…
Saber que o Tudo e o Nada do Infinito
seremos nós --- sem antes nem depois.
Que sonho, meu amor, a vida assim!
Não morras nunca num morrer de mito!
Não queiras o meu luto só por mim
por recusares seja por nós dois!
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 1969.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.