O Alentejo não tem sombra
senão a que vem do céu…
Os olhos semicerro à tremulina.
Que luz intensa! Cega a claridade!
Doída, a terra sonha-se e germina
a boa nova --- entranhas da verdade.
Atento, na vigília, o mundo antigo,
indaga até no vento que uiva rijo.
Que força tem um frágil grão de trigo
sonhando ser no seu esconderijo?
Amodorrado, o tempo das demoras
na pasmaceira espessa do abandono.
Nem o relógio marca já as horas.
Se há mantos de papoilas nos adis
sedentos dos teus lábios, por que o sono
te nega os êxtases primaveris?
*
Recuperando textos antigos
*
José-Augusto de Carvalho
13 de Junho de 2015.
Alentejo * Portugal
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