Ah, meu amor, os deuses que inventámos
longe moram.
Ficámos sós nas horas da carência,
nas horas em que só um deus teria
poder para valer-nos.
Ah, que indigência triste, meu amor!
Foi quando mais pediste
que nada recebeste!
E tão pouco pedias!
E nesse instante frio de invernia,
tão fria como a pedra do altar
em que tu crias,
ficaste fria, para sempre fria.
Ah, meu amor,
talvez tenham morrido antes de nós
os deuses que inventámos!
Ah, meu amor, talvez sejamos nós
os deuses que quisemos
e não pudemos!
José-Augusto de Carvalho
Alentejo,19.6.2015
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