Eu nunca quis a paz do medo e das afrontas.
Nem caridade eu quero ou quis por alimento.
Eu quero e sempre quis que me prestasses contas
pelas manhãs por ti vestidas de cinzento.
Não quis nem quero ser a fome que aborrece
a mesa do teu lar --- arfante de iguarias…
Não quis nem quero ser a renúncia que tece,
prostrada, a contrição das noites e dos dias.
É tempo de ir além do medo do teu leito,
mofando-te num caos de insónias e pavores
em gargalhadas de fatal assombração…
É tempo, neste chão, de facto e de direito,
tu seres como eu sou, eu ser como tu fores,
do berço do principio ao termo do caixão.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo,
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