Esta lira de mim!...
Nos silêncios nocturnos
Sob as vestes tão gastas, no fio,
tu sabias o tempo que tinhas.
Era pouco, mas não te detinhas
nem temias o abraço do frio.
Baloiçavam sinistros sincelos
nos silêncios nocturnos parados.
Brancos, brancos, no frio nevados
os perfis de tomados castelos.
Entre inúteis despojos caminhas.
E nenhum por teus pés é pisado.
Passo a passo, dobrado o cuidado,
entre lágrimas, tudo acarinhas.
Todos falam de ti no abandono
do letárgico sono do Outono.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 18 de Maio de 2017.
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