Sineiro deste burgo sem burgueses,
que esperas, que não tocas a rebate?
Talvez o bronze acorde alguns malteses
que uma salada sirvam de tomate.
Que temes tu, sineiro, que vacilas
nas horas em que mais é proibido
o vacilar, nas horas intranquilas,
em que a nós todos tudo é exigido?
Apressa-te, sineiro! O sino é nosso!
Ou vais ou outro vai em teu lugar
chamar as gentes todas ao terreiro!
Ainda que já velho, até eu posso
correr ao campanário p’ra puxar
a corda e sufocar mais um andeiro!
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 1 de Outubro de 2015.
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