Na construção do meu jardim gastei a vida toda.
Sob um caramanchão de versos e verdores,
um dia, celebrei o azul da minha boda.
No céu, ardia o sol. As uvas, já maduras,
sorriam o delíquio ardente dos sabores
em taças de cristal ornadas de nervuras.
Não quis no meu jardim o mito da maçã.
De carne e sangue, quis meu corpo a palpitar
rubores de romã no orvalho da manhã.
E assim fiquei rendido ao êxtase de ser
um fio de cristal ansiando pelo mar,
no altar deste meu chão de angústias, a correr…
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Outubro de 2015.
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