A súplica angustiada
Nas dobras do silêncio assim envolto,
calada continua a tua voz.
Não ouves o rugir do mar revolto,
que noite e dia vem chamar por nós?
Não vês por sobre as vagas as gaivotas
buscando verga firme onde poisar?
Não vês que dos confins emergem rotas
gritando que é preciso o navegar?
Desperta! Assim, não vês nem ouves nada!
Em que álgida renúncia te amarfanhas
de punição e lágrimas de sal?
Do longe chega a súplica angustiada:
Quem nos perdeu das terras das Hespanhas,
dos áureos areais de Portugal?
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 6 de Fevereiro de 2017.
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