A barca da utopia
Na barca da utopia,
eu vou e tu também comigo vais.
Nos uivos da ventania,
o canto da sereia, que são ais
e perdição, naufrágio pressagia
nos longes --- mar e céu --- do nunca mais.
Deixámos, na renúncia do ficar,
o velho cais --- impulso de segredos
instantes a chamar.
Nas vagas alterosas gritam medos.
Dilúvios casam nuvens com o mar.
À capa, a barca enfrenta, aguenta, espera
que amaine a fúria infrene da procela.
Urgente é navegar!
Na espera que exaspera,
a rota corrigida, içada a vela,
ousemos, rumo ao porto por achar!
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Setembro de 2017.
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