Do Baú
do Esquecimento
Março de
2002
*
-- A
Poesia é… --
Maria da
Graça Almeida
José-Augusto
de Carvalho
A magia
da palavra
é o
camponês que lavra
A
lágrima extravasada
sonha a
massa levedada
O torpor
de uma paixão
é o
milagre do pão
A queixa
procedente
é a
razão da gente
É o
pranto expressivo
do
pássaro cativo
Prova
exata do perdão
é o fim
desta prisão
A
espinha latejante
é o
Sísifo cansado
grito
rouco, alarmante,
desespero
sufocado
diretriz
da opinião
o verbo
feito razão
é o riso
incandescente
celeste
e iridescente
é a nota
da candura
que há
em ti minha alma pura
na
verdade da oração
do teu
doce coração
é um
drinque diferente
é o
néctar dos eleitos
uma dose
de ternura
a
brincar nos nossos peitos
numa
gota de ilusão
que é a
nossa condição
de poesia
e paixão
Perdão, Maria
da Graça!
Esta
asa inepta que voa
e nos
teus versos destoa
é só
uma pobre traça
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