Quando te deste,
trazias a pureza da manhã orvalhada de sangue
e o espanto da descoberta nos teus olhos verdes de mar.
Um sabor silvestre de medronho sorria nos teus lábios
e eu sôfrego bebi até me embriagar.
Meus olhos mergulhei nos teus olhos verdes de mar
e adormeci no pélago profundo.
Quando voltei à tona,
os teus olhos verdes de mar sorriam para mim a dádiva de ti.
Recebeste o meu último olhar
recebeste o meu primeiro olhar
foi assim enquanto a vida quis
No dia em que partiste,
não me deixaste o teu último olhar verde de mar.
Quando quis despedir-me de ti,
teus olhos verdes de mar já não poderiam ver-me nunca mais.
Tu já estavas longe, muito longe,
muito longe de mim, para sempre.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 19 de Julho de 2016
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