sábado, 28 de fevereiro de 2015

02 - TEMPO DE SORTILÉGIO * Para ti, minha musa de ninguém!





Eu vou amar-te assim, perdido na lonjura,

ficando à tua espera,

sabendo que não vens, num sonho de loucura,

dar vida à minha derradeira primavera…



Serei o camponês vergado à condição

de sempre olhar o céu e nunca ter a graça

de ver-te projectada em luz sobre a desgraça

de não poder colher-te em astro do meu chão.



Que assombro de poeta em mim só faz alarde

de anseios de ilusão, sem asas de infinito?

O verbo feito carne, em transe, angústia e mito,

o tempo me negou. P’ra mim é sempre tarde!



E deslumbrado, aqui, eu sonho a minha estrela!

E sofro por não ter podido merecê-la.





José-Augusto de Carvalho
16 de Março de 2002.
Viana*Évora*Portugal

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