Empalidece já o setestrelo,
abandonado, num delíquio casto.
Esvai-se num apelo,
sem queixume nem rasto.
A cotovia ensaia os seus trinados,
sorrindo madrigais de amanhecer,
azuis enamorados
de anseios por arder.
Os frescos arrebois primaveris
afagam a verdade da nudez
em transes juvenis
de afogueada avidez.
No incendiado azul do meio-dia,
a vida em seu pulsar se determina
quando beleza cria
com tons de tremulina.
E eu, contrafeito, fico-me, hesitante…
Que mais terá a vida de ensinar-me,
quando não me é bastante
este grito de alarme?
José-Augusto de Carvalho
5 de Maio de 2014.
Viana * Évora * Portugal
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