sábado, 18 de abril de 2020

25 - LIVRO TEMPO DE SORTILÉGIO (HARPEJOS) ` Luísa Fernandes




Sessão de lançamento de Harpejos


Intervenção de Luísa Fernandes


A aventura de ficar / nesta terra espezinhada / ou o delírio de acordar / pelas três da madrugada” foi responsável por o José-Augusto e eu nos termos cruzado nos caminhos de cravos e de libertação que Abril rasgou.

A Revolução trouxe o sonho real de nos darmos as mãos e de sentirmos bater nos nossos peitos o coração de um País sedento de afirmação e de identidade.

Os heróis de Abril aqui saúdo com a mesma emoção com que saudei, nos meus vinte e seis anos a Revolução dos cravos.
O José-Augusto escreveu outros livros depois de arestas vivas, de 1980, livro do qual destaco o pequeno poema-registo da aurora libertadora com que iniciei esta minha intervenção.

Abril está em quase todos os seus livros. É natural. Tanto ele como eu nos reclamamos do Povo que somos, do Povo que muito amamos.

Quis o Destino que nos cruzássemos de novo e que o José-Augusto me pedisse para estar aqui presente e para  participar nesta sessão de lançamento do seu último livro --- Harpejos.

Harpejos é um livro de cantares de esperança e de mágoa que o militar de Abril Serafim Pinheiro prefaciou e que duas companheiras de jornada enriquecem com textos tocantes --- a Céu Pires e a Rosa Barros.

Do prefácio, permito-me destacar: “Passei momentos de exaltação, alegria, tristeza, fascínio e avistei cabos do desespero e sofrimento quando ouvi estes cantares de José-Augusto de Carvalho. Vivi. Aprendi. Assim, quero continuar companheiro deste poeta que a Poesia não abandonou e se afirma, por seu carácter, transtagano de coração e alma e português de verdade.”

Também Céu Pires escreve, na introdução: “Da harpa que os seus dedos tocam saem as notas a que já nos habituou: “O amor à terra, particularmente à sua (nossa) terra transtagana, o amor à vida, o amor à palavra, mas também a denúncia das barreiras, de todas as barreiras que impedem a realização da Humanidade em cada ser humano.”

E a finalizar, Rosa Barros, no posfácio, salienta: “ José-Augusto de Carvalho canta o duro solo, o calor da terra, a revolta do suor, a luta pelo pão de cada dia, a solidão do pensamento, a solidariedade pelo semelhante, a pertinência pela defesa de ideais.”

O livro aqui fica.

As minhas saudações.

Luísa Fernandes

Lisboa, 15 de Dezembro de 2019.

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