Neste dia,
com beijos, sempre tu me despertavas.
Antes de ti, assim me despertava
a minha mãe, sorrindo-me um “bom dia!”
Sozinho no meu leito,
foi a saudade que me despertou
sangrando no meu peito
o dia dos meus anos que chegou.
Será talvez o derradeiro dia
do meu aniversário.
Que importa despertar-me o calendário
se os beijos a sorrirem-me um “bom dia!”
só vivem na algidez da nostalgia?
São horas de ajustar a barca de Caronte
e de rumar também ao último horizonte.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 20 de Julho de 2015.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.