O lenho envelhecido,
fendido e aqui e ali, está ferido.
A custo, mal resiste aos temporais.
E morre, nos teus olhos, de mansinho.
Mortiços, os sinais
dos faróis que lucilam sobre o mar
já não lhe sinalizam os caminhos
nem porto por achar.
O lenho envelhecido,
O lenho envelhecido,
fendido e aqui e ali, está ferido.
.
Açoita a ventania!
Quebrado o leme, rotos os velames,
falazes são tentames,
falaz é a porfia.
Num turbilhão, as vagas cavalgando
irrompem num tropel…
Sem ter onde nem como nem quando
um cais para aportar,
afunda-se no mar de sal e fel.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 23 de Janeiro de 2015.