Como se fosse um frágil malmequer,
meu peito despetalo sem perdão.
Doendo, em sangue, digo: bem-me-quer…
E a pétala, ferida, cai no chão.
E prosseguindo, digo: mal-me-quer...
Que sinto e quero assim em provação?
Inalo este perfume que me fere
num rito fantasmático e pagão.
E despetalo todo o malmequer.
Um manto agonizante cobre o chão.
Não mais nem malmequer nem bem-me-quer.
A tarde cai. Na mansa viração,
que aveludado afago de mulher
enxuga o pranto do meu coração?
José-Augusto de Carvalho
2 de Outubro de 2014.
Viana * Évora * Portugal
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