sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

25 - LIVRO TEMPO DE SORTILÉGIO * Poeta ZF




A notícia chegou no poema.

Quando, em verso, se fala de morte,

há um barco buscando outro Norte

e é, no Hades, Caronte quem rema.



Só em verso se chora o desgosto

do poeta que vai de viagem.

Leva sonhos de luz na bagagem

e orvalhadas auroras no rosto.



Vai na busca dum outro poema,

mais além, nos azuis do infinito,

onde tudo é total e sereno.



Do meu chão, com olor de alfazema,

este adeus derradeiro e constrito

do meu braço a doer num aceno.





José-Augusto de Carvalho
17 de Fevereiro de 2014.
Viana * Évora * Portugal

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