O afã da procura
Caminheiro tenaz, perpétuo movimento,
eu vou e, aqui e além, desvendo e me desvendo.
Que bom, mesmo que doa angústia ou sofrimento,
se, a cada instante, for o ser que esteja sendo!
Que eu saiba recusar a inércia sufocante
que quer empedernir a lava do vulcão
e seja, em cada transe, o alor determinante
da rútila manhã duma revelação!
E que no fim da minha efémera jornada,
regresse ao nada, sem remorso nem censura,
porque rasguei em cada aclive a minha estrada
e me cumpri no afã instante da procura…
De herança, apenas deixo esta inquietação
da lava onde não morre o fogo do vulcão.
José-Augusto de Carvalho
13 de Agosto de 2019.
Alentejo*Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.