segunda-feira, 27 de março de 2017

11 - O MEU RIMANCEIRO * No palanque



(QUE VIVA O CORDEL!)







O palanque costumeiro

pode erguer-se em qualquer praça,

donde o verbo do embusteiro

vende a quem está ou passa

o produto milagreiro.



Para os calos é pomada;

para os calvos é loção;

e para a vida azarada,

que anda sempre em contra mão,

uma cautela premiada.



No desencontro do amor,

faz a leitura da sina:

Estenda a mão, por favor!

Esta linha muito fina. 

pobre dela, está sem cor!



Não tem de que se afligir.

Eu tenho o que lhe convém.

Vai tomar este elixir,

que logo, logo, o seu bem,

nos seus braços vem cair.



No nosso amado país,

há remédio para tudo:

este mesmo que ontem fiz,

veja que até leva o mudo

a pensar o que não diz…







José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 27 de Março de 2017.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procuro ser uma pessoa honesta. Não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta minha postura.